Enquanto estivermos enredados no pensamento condicionado, que nada soluciona, estamos em conflito íntimo. Este conflito faz-nos andar em círculos e voltar ao ponto de partida, sem que cheguemos à decisão certa. Quantas vezes já estivemos presos entre dois ou mais pensamentos contraditórios, sofrendo por não conseguirmos obter saída? Sim, é um sofrimento insuportável! Mas qual a maneira de solucionar o problema?
A maneira é aquietar a mente, afastá-la do problema. Nesta humildade recetiva, o Poder Mais Alto tem a oportunidade de tomar conta da situação por nós.
O Senhor Deus é verdadeiramente Sábio e Bondoso para fazer todas as coisas na perfeição.
A dualidade pode ser definida, em termos religiosos, como o pecado original, momento na história em que o homem, até então perfeito, mas imprudente, por sugestão mental alheia à sua essência, começa a fazer definições, divisões e separações, a comparar coisas de forma mental, e a perder a espontaneidade original.
Agora, tendo a necessidade de se encontrar, recuperando o Paraíso Perdido, lança mão da pesquisa extraordinária psicológica e espiritual, aqui e agora, penetrando no caminho que vai na direção de dentro, pois, quando o homem foi expulso do Paraíso não ficou só: Deus - seu Criador - veio dentro dele. Lembremo-nos da história evangélica do Filho Pródigo que era "príncipe" e se tornou mendigo, por ter tomado decisões aparte da Realidade. A dor da separação, juntamente com seu estado lastimável, fê-lo recordar-se, saudosamente, do doce Lar e de sua estatura régia. Penosamente, reiniciou o caminho de volta.
O caminho de volta, ou retorno, vai assumindo contornos reais de essência divina que conferem ao investigador sincero júbilo, gratidão e estados de espírito inolvidáveis e inefáveis, tendentes à sagrada Unidade.
Definida em termos místicos e psicológicos, a dualidade é um sistema humano de comparação de coisas: se pensarmos que uma coisa é boa, corremos o risco de ter de aceitar que a oposta é má. Por exemplo, que ser solteiro é bom, e que ser casado é mau; ou que ser jovem é bom, e que ser velho é mau. Isso deixa-nos num balanço psicológico onde a paz é impossível. Todo este emaranhado é fruto do eu pessoal, ou demónio, como geralmente é chamado pelas religiões.
Já temos dito, mais que uma vez, que a ação espontânea que vem do eu intuitivo ou cósmico, da-nos paz autêntica sem preocupação alguma com o que se fez ou disse, mesmo que todo o mundo esteja, por ignorância, contra, pois, sabemos que está tudo bem!
No nível de pensamento intuitivo não precisamos de fazer escolhas que causem sofrimento psicológico. Por vivermos de forma espontânea, o que escolhemos é a coisa certa com um só pensamento, e não é preciso magicar como fazê-lo, nem rememorar na consciência pensamentos de imperfeição.
Vivendo na Vida Nova podemos tomar decisões de nível humano, visto que, esta maravilhosa vida, controla e dirige esse nível.