Qualquer sinal de nervosismo, deceção e inquietação, resulta do facto de não estarmos em sintonia com a realidade cósmica, quando nossos desejos e ambições chocam com o que realmente acontece. Normalmente as pessoas que vivem de opiniões e não de factos claros, chamam a isto de falta de sorte, azar ou fracasso, assim como à coincidência, de sucesso.
Precisamos de transcender os opostos de sorte e azar que não passam de palavras ocas para definir estados de espírito sem alicerce, e afinar nossa vontade com a vontade divina. No dia em que conseguirmos isto os dias não serão mais cinzentos e as coisa boas virão até nós sem que as provoquemos.
Em vez de acusarmos e culparmos os outros por aquilo que nos acontece e desagrada, investiguemos onde rompemos a unidade e por que nos sentimos desapontados. Isto é filosofia do autoconhecimento no seu melhor e que leva ao verdadeiro sucesso e à clareza da mente.
Abandonemos soluções falsas, ditos populares negativos e ideias rígidas que levam a nada. Firmemos atentamente nossa vida na rocha da realidade que não muda, não engana e não magoa, a não ser que a interpretemos ou compreendamos mal.
Viver ao sabor do que acontece, seguir os acontecimentos em vez de lhes resistir, não é um ato de negligência, mas de verdadeira sabedoria e encanto.
No Fluir Natural desfrutamos das coisas ao de leve, com carícia, sem ficarmos psicologicamente presos a elas.
O mundo está cheio de coisas bonitas para quem tem olhos de ver, sensibilidade estética, e é capaz de parar para as gozar. Com parar quero dizer, abandonar a correria, «deixar de acompanhar a multidão» e o frenesim, por um ato livre da vontade. Deus, em Sua infinita bondade e misericórdia, criou-as (as coisas bonitas), para nos comprazer em nossa jornada ascensional.
É bom e necessário aceitar, respeitar, acarinhar e reconhecer quem está acima de nós: podemos ter a sua utilíssima ajuda e luz no caminho.
O místico reconhece um Poder muito acima de si e, servindo-O, atinge o lar.
Um dos exercícios espirituais empreendidos pelo místico é este: transcender o mundano e, todavia, manter a simplicidade e a humildade, sabendo que nada é seu: tudo é de Deus, Verdade, Realidade.
A ascensão espiritual é maravilhosa: começamos a reconhecê-la tão logo temos mais coisas boas que más; é maior o Poder que nos anima, conforta e acolhe que o que nos entrava; tememos menos o negativismo e comandamos amorosamente as emoções e a mente tornando-as amigas e aliadas; aceitamos e integramos os opostos sem resistência.
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