A verdadeira confiança em si está estabelecida na força e serenidade de espírito. Não depende de condições favoráveis exteriores sujeitas à reversão, nem de falsas esperanças interiores.
Você está confiante quando sabe que faz as coisas certas conforme ao interesse universal. «Acreditar no vosso pensamento, crer que aquilo que é verdadeiro para vós, no fundo do coração, também o é para todos os homens - tal é a marca do génio.» (Ralph Waldo Emerson).
As atitudes de quem é senhor de si revelam-se com agradável encanto nos detalhes e gestos que se manifestam espontâneamente. Contrariamente, uma pessoa negativa revela aos outros, mesmo sem dar por isso, seu olhar incerto, suas frustrações e esperanças destroçadas, aonde quer que vá. Tal interior, tal exterior.
Numerosas pessoas queixam-se com amargura, diariamente, do que recebem da vida. Acham que não merecem o que lhes acontece e que são merecedoras de mais e melhor. Pensam: «Logo eu que sou tão boa pessoa, não faço mal a ninguém!» O que lhes acontece ou recebem da vida é o justo e está de acordo com o grau de esclarecimento mental. Cada um tem o que merece, nem mais, nem menos. Elas têm um medo terrível da auto-análise, de saírem fora do rebanho transviado, de pensarem pela própria cabeça. Lembrem-se de que o pensamento é criador. Portanto, tenham cuidado com o que pensam! Busquem a clareza da mente!
Se vocês querem obter o sorriso da vida e melhores coisas, elevem seus pensamentos para as alturas sublimes, em vez de se queixarem dos maus resultados. Se vocês são seres únicos, originais, porque esperar que seus dias sejam diferentes ao viverem sob os ditames de uma sociedade doentia?!
Os maus pensamentos, ainda que sejam aparentemente piedosos, atraem coisas más. Mudem seus pensamentos para além e acima do ego. Ego é egoísmo, falta de universalidade, de elevação.
Se se quiserem libertar de emoções dolorosas e pesadas - já expressamos isto antes - não as alimentem ou persigam. Observem-se imparcialmente.
Ao praticarem a Auto-observação Imparcial Silenciosa, sejam honestos. Façam isso não só quando a dor se apresenta mas também ao surgir a sugestão do prazer. «Prazer é dor», disse Krishnamurti. Quer dizer, o prazer esconde a dor que lhe está subjacente e que o pode lançar no arrependimento e melancolia.
Não sabem distinguir os prazeres verdadeiros dos falsos? Observem os resultados que obtêm! Não confundam felicidade com sensualidade e cobiça.
Procurar e satisfazer o prazer é estar cheio de amor de si, ao ego, e afastado do amor de Deus.
Ter confiança apenas quando as condições são favoráveis é aguardar dissabores. Ela deve ser presente independentemente de favores e alterações. É espiritual e intemporal.
Sejam autênticos. Isso exige coragem e isenção.
Com a essência cósmica, que é mais poderosa que o mundo, não há medo do vazio interno nem da turbulência externa.
Que imenso tesouro trazemos dentro de nós! Ao desvendá-lo somos unos com ele e podemos viver no mundo como se estivessemos nas alturas. A liberdade sentida de forma pessoal é impessoal, e não pode ser essencialmente transmitida a outrem. Isto demonstra a justiça que há no caminho e no universo. Cada um terá que conquistá-la em si e por si, pois só assim lhe dará verdadeiro valor. Ao fazê-lo, as circunstâncias perdem o poder de perturbar.
«(...) a castidade foi sempre considerada como a mais alta virtude; o homem sente realmente que, se não é casto, a espiritualidade abandona-o; perde o seu vigor mental e a sua força moral. É esta a razão pela qual todas as ordens religiosas do mundo que produziram gigantes sob o ponto de vista espiritual, insistem sempre na obrigação de castidade absoluta.»
«A castidade perfeita de pensamento, de palavras e de factos impõe-se. Sem ela a prática (...) é perigosa e pode conduzir à loucura.» (Swâmi Vivekânanda)
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