Não se pode viver neste mundo se não for pela graça de Deus. E isto a temer nos obriga a cada momento, pois ela pode faltar ao menor desaire. Se verificarem bem, um desaire menor é sintoma de um maior subjacente. As tentações são muitas e, à medida que aquela aumenta pela concessão gratuita, se não formos cautelosos o ego e o mundo procuram dissuadir-nos através de sugestões e enganos que parecem bons e reais, mas subjacente a eles há uma manha astuciosa cuja intenção é derrotar-nos.
«As tentações são permitidas por Deus. Nós só temos que recusar-nos a ceder-lhes.» (Madre Teresa de Calcutá).
«Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e de sairdes dela.» (São Paulo, I Coríntios, 10:13)
A virtude nasce da resistência à tentação.
«Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e de sairdes dela.» (São Paulo, I Coríntios, 10:13)
A virtude nasce da resistência à tentação.
Está escrito que «O justo vive da fé.»
A cada momento é posta à prova a sinceridade e pureza de coração do caminhante espiritual. Para se ser fiel e obediente ao que superiormente nos ajuda e conduz, é necessária consciência plena e permanente, porque não é possível fazer o que é certo se tentarmos regatear, ripostar e impor as nossas maneiras, em vez de ficarmos recetivos aos sussurros do coração e deixar-nos levar com brandura pelo que a Vida quer de nós.
Não podemos perder tempo e energia repassando filmes mentais de vinganças e de prazeres passados ou esperados e bisbilhotar sobre a vida alheia, mas corrigir-nos a nós próprios, de forma que possamos ser um instrumento fiel, maleável e atento.
Como toda a gente sabe, o mundo é carente de justiça, verdade e amor, que geram harmonia.
«(...) a servidão é útil a alguns - e que servir a Deus é útil a todos. A alma que se submete a Deus domina correctamente o corpo - e, nesta alma, a razão submissa a Deus como Senhor, domina correctamente a paixão e demais vícios.» ( Santo Agostinho, em A Cidade de Deus)
Para termos uma fé real é necessário que ela seja produtiva.
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«Palavras sem obras são tiro sem bala: atroam, mas não ferem.»
«Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras.»
«O melhor retrato de cada um é aquilo que escreve. O corpo retrata-se com pincel, a alma com a pena.»
«(...) importa pouco que as nossas palavras sejam divinas, se forem desacompanhadas de obras. A razão disto é que as palavras ouvem-se, as obras vêem-se; as palavras entram pelos ouvidos, as obras entram pelos olhos, e a nossa alma rende-se muito mais pelos olhos que pelos ouvidos. No Céu ninguém há que não ame a Deus, nem que possa deixar de o amar. Na terra há tão poucos que o amam, todos o ofendem. Deus não é o mesmo, e tão digno de ser amado no Céu e na terra? Pois como como no Céu obriga e necessita a todos o amarem, e na terra não? A razão é porque Deus no Céu é Deus visto; Deus na terra é Deus ouvido. No Céu entra o conhecimento de Deus à alma pelos olhos: Videbimus eum sicut est; na terra entra-lhe o conhecimento de Deus pelos ouvidos: Fides ex auditu; e o que entra pelos ouvidos crê-se, e o que entra pelos olhos necessita-se.»
«Sabem, Padres pregadores, por que fazem pouco abalo os nossos sermões? - Porque não pregamos aos olhos, pregamos só aos ouvidos. Por que convertia o Baptista tantos pecadores? - Porque assim como as suas palavras pregavam aos ouvidos, o seu exemplo pregava aos olhos.»
«A pregação que frutifica, a pregação que aproveita, não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe dá pena.
Quando o ouvinte a cada palavra do pregador treme; quando cada palavra do pregador é um torcedor para o coração do ouvinte, quando o ouvinte vai do sermão para casa confuso, e atónito, sem saber parte de si, então é a pregação qual convém, então se pode esperar que faça fruto.»
( Padre António Vieira, eminente e piedoso pregador português)
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Vivamos no mundo como estrangeiros e peregrinos:
Estrangeiros, da Pátria distante onde reina a Glória, e que será o prémio do que vive aqui pela Graça;
Peregrinos, com devoção diária, vivendo o supremo conselho:
Caminha na Minha presença e sê perfeito.
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