Caros Leitores!

Este espaço tem como finalidade promover nas pessoas o autoconhecimento e consequente autoajuda. São ensinamentos mistico-filosóficos baseados nas grandes e profundas verdades da vida. Destina-se ainda a um debate destes princípios entre o autor e os leitores, sob a forma de perguntas e respostas. Todos querem uma vida e um mundo melhor, não é verdade?! É disto que trata este oásis em meio ao mundo perturbado.

Saudações,

António Moreira de Sousa

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domingo, 20 de abril de 2014

NÃO SE DEVE ELIMINAR UM VÍCIO TROCANDO-O POR OUTRO

Há pessoas que desejam ardorosamente vencer um vício por já estarem saturadas dele e por constituir uma obsessão doentia.
De repente resolvem deixar de fumar, por exemplo. Fazem-no bruscamente não tocando de imediato em mais nenhum cigarro. Por estranho que pareça, passados alguns dias começam a sentir-se aceleradas, inquietas e nervosas mais que o habitual. A causa disso é que o mau hábito, apesar de mau, dava-lhes uma certa calma aparente não obstante serem, de quando em vez, acicatadas por um sussurro interior de que não estavam a viver a vida de forma natural e livre, mas como escravas. Porém, como veem muitas pessoas a fazerem o mesmo, e sabendo que o vício em questão é mais ou menos aceite socialmente, sentem-se mais à vontade e prosseguem. À medida que o tempo passa, começam a pensar pela própria cabeça e a desejar não fazer como os outros,  mas a solucionar o seu problema, já que foi através da influência dos outros que apanharam o vício.
O que é um hábito negativo repetitivo senão um ponto fraco na pessoa onde o eu-ego se evidencia?!
Qualquer que seja o problema, a melhor forma de o resolver é usar a inteligência tática de não o atacar de frente, porém de forma gradual e progressiva, por passos curtos, reduzindo diariamente o número de cigarros; depois, espaçando o tempo entre o uso deles até à vitória final. Não convém fazer afirmações demasiado fortes como: «Nunca mais fumarei», mas ser paciente, tolerante consigo mesmo, no entanto firme e determinado! Só o facto de conseguir reduzir o número e aumentar o espaço de tempo já lhe dá confiança na vitória.
Paralelamente a esta atitude, e para não saltar de um vício incómodo para outro, um acréscimo de inteligência consiste em se purificar interiormente, física e psiquicamente, por forma a elevar-se a um nível superior. Mudar de um mau hábito para outro é como saltar de um barco sem leme para outro furado e a meter água. 
O melhor caminho é avistar e dirigir-se à maravilhosa praia de seu eu natural e não sujeito a qualquer desvio, fraqueza ou vício. Ele próprio dá sentido à vida e é vida. Seu eu natural não é uma coisa e você outra. Real e definitivamente falando, você é seu Eu Verdadeiro. Sintam isso com todo o coração e toda a certeza. Realizem essa proeza de forma palpável, experimental, passando das palavras prometedoras à vivência real. Este é o caminho maravilhoso de libertação íntima. E mais, ele extravasa-se externamente. A pessoa que tem força e beleza interior projeta toda a luz para o exterior, quer tenha consciência disso ou não. E terá certamente, não de forma egoísta, pessoal, mas sim impessoalmente.
A vida trágica dos seres humanos em geral é que nunca resolvem totalmente os problemas: trocam-nos por outros. Só raros indivíduos o fazem, aqueles que são iluminados pela intuição, mas o acesso está aberto a todos. Porém, nem todos o desejam! O mal não está na ausência de solução, que existe, mas em não a querer com todo o coração e trabalhar por ela.
O que impede as pessoas de serem criativas é viverem prisioneiras de coisas mesquinhas e corriqueiras. Têm medo de dar um passo gigante além de si mesmas. Uma prova evidente da força criativa é a que se verifica numa pessoa que resolve energicamente largar um vício: a energia que a amarrava ao problema é agora a mesma que a dita pessoa procura usar para ser perfeita em tudo, embora contente, porém cansando-se e enervando-se. Foi por isso que dissemos acima que é preciso ter calma, paciência e gradualidade.

                                             Pense na sua cura definitiva, perfeita.

É de vital necessidade amar a Deus e trabalhar para merecer saber e sentir que também se é amado.
«Se amas a Deus, busca também ser amado por ele. Mas ao passo que um homem procura esse amor, sempre velho e sempre novo, outro deseja dois óbolos de prata do tesouro do mundo; procura uma gota d'água quando poderia ter o oceano.» ( Attar), Místico sufi, em A Conferência dos Pássaros. 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

A POBREZA QUE CONSTITUI RIQUEZA

«Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus!» (S. Lucas, 6:20)

Se queremos ser ricos verdadeiramente, façamo-nos pobres primeiramente. A verdadeira pobreza é contentamento, ou seja, ausência de apego não só a bens materiais, mas também a ilusões e preconceitos. A segurança,  aquela que não se teme perder, está naquilo que se é, e não no que se tem. Só assim se pode gozar o que se tem, e não nos faltará o necessário porque pomos nossa fé no essencial.
Enquanto não estivermos sem nada, sem as riquezas que atravancam nossos armários mentais, e que nos fazem opulentos de orgulho, vaidade e arrogância, a simplicidade equivalente à doçura inocente de uma criança não pode emergir;
Enquanto não nos contentarmos com o estritamente necessário, e gastarmos no supérfluo na tentativa de nos sentirmos seguros quanto ao imprevisível e desconhecido, estamos amealhando moedas psicológicas que mais não são que deitar barro à parede confundindo-o com a forte argamassa;
Enquanto pensarmos que medalhas, louvores e honrarias conferem algo de valor ao eu eterno, estamos a confundir fachadas aparentes com a rocha da realidade; 
                                                 «É preciso reprimir o amor
                                                   do louvor humano porque toda a glória
                                                   dos justos está em Deus.»
                                                   (Santo Agostinho), em A Cidade de Deus.

Enquanto supusermos que falar bonito por adoração à própria palavra proferida e endeusamento a si próprio, esquecendo e passando por cima do que deveria ser dito com decência, piedade e temor a Deus, para proveito próprio e do próximo, estamos a transpirar mais falsidade. O falso pensamento tem asas e cria raízes!
Enquanto fizermos caridade aparente como aqueles que supostamente ajudam os pobres arvorando-se como defensores dos desfavorecidos, e que mais não fazem do que lhes baterem a carteira, querendo ficar na fotografia para que possam parecer bons aos olhos do público, esquecendo aquela máxima,  «Que a tua mão esquerda não saiba o que faz a direita», estamos a praticar um mau serviço que nos torna incapazes de receber o Reino de Deus. Precisamos de aprender a ajudar sem machucar, elevando, como já se disse numa das páginas, como se estivéssemos servindo ao próprio Senhor, com amor, devoção e anonimato.
 «Os ricos fazem tudo pelos pobres, menos descer de suas costas.» ( Leão Tolstói ), Místico e escritor russo;
Enquanto pensarmos que a acumulação de conhecimentos  livrescos nos torna sábios aos olhos dos outros e nos dá segurança, embora o conhecimento técnico seja indispensável, estamos a esquecer que a verdadeira cultura é a perceção da sabedoria não humana que nos aproxima do divino. Esta deve preceder e acompanhar aquela como luz e guia. Se não for assim, o avanço tecnológico pode transformar os homens em máquinas conduzindo-os à alienação de si mesmos e de Deus, por não se governarem pela ética.

                                                    «Vem criador Espírito de Deus,
                                                     Visita o coração dos teus fiéis
                                                      E com a graça do Alto os purifica.

                                                      Paráclito do Pai, Consolador.
                                                      Sê para nós a fonte de água viva,
                                                      O fogo do amor e a unção celeste.

                                                      Nos sete dons que descem sobre o mundo
                                                      Nas línguas que proclamam o Evangelho,
                                                      Realiza a promessa de Deus Pai.

                                                      Ilumina, Senhor, a nossa mente,
                                                      Acende em nós a caridade,
                                                      Infunde em nosso peito a fortaleza.»




























quinta-feira, 3 de abril de 2014

Poema Se... de Rudyard Kipling

Tradução portuguesa de António Botto

«Se tu podes impor a calma, quando aqueles
Que estão ao pé de ti a perdem, censurando
A tua teimosia nobre de a manter,

Se sabes aguardar sem ruga e sem cansaço,
Privar com Reis continuando simples,
E na calúnia não recorres à infâmia
Para com arma igual e em fúria responder, 
- Mas não aparentar bondade em demasia
Nem presumir de sábio ou pretender
Manifestar excesso de ousadia,

Se o sonho não fizer de ti um escravo
E a luz do pensamento não andar
Contigo num domínio exagerado,

Se encaras o triunfo ou a derrota
Serenamente, firme e reforçado
Na coragem que é necessário ter
Para ver a verdade atraiçoada,
Caluniada, espezinhada, e ainda
Os nossos ideais por terra. - Mas erguê-los
De novo em mais profundos alicerces
E proclamar com alma essa Verdade!,


Se perdes tudo quanto amealhaste
E voltas ao princípio sem um ai,
Um lamento, uma lágrima, e sorrindo
Te debruças sobre o coração
Unindo outras reservas à Vontade
Que quer continuar, e prosseguindo
Chegar ao infinito da razão,

Se a multidão te ouvir entusiasmada
E a virtude ficar em seu lugar, 

Se amigos e inimigos não conseguem
Ofender-te, e se quantos te procuram
Para contar com o teu esforço, não contarem
Uns mais do que outros, - olha-os por igual!,

Se podes preencher esse minuto
Com sessenta segundos de existência
No caminho da vida percorrido,
Embora essa existência seja dura 
À força das tormentas que a consomem,
Bendita a tua essência, a tua origem
- O mundo será teu,
E tu serás um Homem!»

VIVA EM PAZ COM SEUS NERVOS

Descontraia-se antes de ficar fatigado. Relaxe os músculos da face, dos ombros e das mãos cerradas. Dê um sorriso de si para si.
Por determinação firme relaxe os nervos e os músculos tensos, periodicamente, ao longo do dia.
Abandone pensamentos inúteis consumidores de energia.
Ninguém pode dominá-lo se você se dominar. Seja senhor de sua mente. Mantenha-a a seu serviço.
O leitor não é obrigado a fazer parte da correnteza neurótica em que, infelizmente, a maioria das pessoas está mergulhada porque pensa que deve proceder de forma igual, uns aos outros, sem fazer primeiro um juízo sobre o que é moral e superiormente correto.
Surpreenda-se de vez em quando com os dentes cerrados e a face séria em demasia. Descontraia, deixe rolar.
Quando conduzir na autoestrada à velocidade que considera legal e conveniente, e na pista que lhe pertence, vá descontraído. Se uma vez ou outra um motorista de camião aparecer atrás de si a buzinar, embora tenha lugar mais à esquerda e possibilidade de o ultrapassar, mantenha-se senhor de si, não dê importância, pois o que ele quer é mandar e descarregar. Quando ele vir que não lhe cede, desaparece, ultrapassando-o. Muitos andam a correr telecomandados por seus nervos sem conseguirem chegar a lado nenhum. A estes responda-lhes com seu autocomando, sua vontade e segurança interna.
Sua mente pode transformar para bem as situações anómalas mediante a reação correta às mesmas. Este é o milagre da observação silenciosa imparcial, já referenciada noutras páginas. 
Se não fizermos descontração preventiva, quando vier o cansaço e a fadiga é muito mais difícil a recuperação.
Não se irrite se uma vez ou outra alguma pessoa impaciente passar à sua frente na fila do supermercado. Aproveite a oportunidade para estudar suas reações e praticar paciência.
Se alguém lhe falar de modo negativo esperando a sua concordância, não condescenda, seja positivo e verdadeiro. Dê uma oportunidade à paz, ao equilíbrio, ao bom senso e à serenidade.
O cansaço crónico não passa de um hábito que deve ser substituído por autoconsciência, boas maneiras, gentileza e generosidade.
Muito temos a aprender com a Natureza. Ela é simples, harmoniosa e tranquila. Nunca cansa, nunca aborrece. É perfeita por ser o que é.

A maior serenidade e beleza manifestam-se de forma admirável e gloriosa quando nos sentimos envolvidos pelo Espírito Santo. Toda a tensão, cansaço, dúvida e demais misérias humanas esvaziam-se no nada. Neste estado sublime fazemos a vontade de Deus e comportamo-nos como Seus Filhos.
Sejamos solícitos de Sua presença.