“A principal missão do homem em sua vida é dar à luz a si mesmo, é tornar-se aquilo que ele é potencialmente.” (Erich Fromm, em Análise do Homem)
Há um objetivo, uma missão superior cá na Terra para cada um de nós que é muito mais que casar, ter filhos, uma profissão ou ser um elemento social - embora tudo isto não seja de subestimar.
Ora, muitas vezes uma insatisfação perante a vida atual, uma crise ou um choque grave, constitui uma denúncia ou um aviso para uma mudança de direção no sentido de encontrar aquele objetivo, que se traduz em realização plena dos mais básicos interesses do homem, e que lhe são inerentes.
Não basta encontrar a missão. Ela tem que traduzir-se em autorrealização não só interna como externa, pois a luz não pode ser encerrada.
Em vez de escutar, perceber silenciosa e cuidadosamente seus murmúrios interiores, o homem desavisado mentaliza inúmeros prazeres e fugas, protelando, assim, a autorrealização, sendo acicatado pelo sofrimento até aprender a lição. Lição percebida - sofrimento extinto. Esta é a verdadeira redenção.
Uma das coisas maravilhosas é a sensação firme e memorável que o místico sente no avanço em direção à Verdade: é que a felicidade encontrada aqui tem continuidade eterna, pois a Vida não depende do tempo nem do espaço e não está dividida.
Uma das coisas maravilhosas é a sensação firme e memorável que o místico sente no avanço em direção à Verdade: é que a felicidade encontrada aqui tem continuidade eterna, pois a Vida não depende do tempo nem do espaço e não está dividida.
As reencarnações são uma boa explicação para o caminho interior e os conflitos, mas não devemos ficar por aí. A grande finalidade é encontrar e viver Deus, a Verdade, a Vida, aqui e agora, em toda a sua plenitude. Só o desprendimento do passado e o afastamento das expetativas quanto ao amanhã nos permite viver o momento presente eterno. Só o momento presente é realmente vivo. Toda a angústia e solidão são resultantes do viver fora do tempo real, afastado da Realidade e de si mesmo.
Cada homem tem um Eu Verdadeiro que é imaculado e verdadeiramente bom, sábio e complacente. Ele está unido e sempre esteve a Deus, à Verdade, à Vida. Esta é a verdadeira identidade do Homem, e não aquela habitual, mesquinha, medrosa, conflituosa, desconfiada e hostil, baseada na ignorância e no medo. Referimo-nos ao eu pessoal ou ego, a natureza negativa e adquirida do homem. Toda a função do caminhante para a Verdade é desistir do ego em favor do Eu. E isso se consegue pelo meditar, pela reflexão, pela observação silenciosa do eu-ego com frieza e determinação, estudando seus autotruques, seus pensamentos e sentimentos. Enfim, separar o trigo do joio. Se nos ajudar o autoestudo, a Verdade nos ajudará e seremos levados com alegria adiante e para o alto.
É um sentimento muito memorável e de grande alívio a perda e esquecimento do eu. Com a sua dissolução, um EU MAIOR toma posse e nos leva para as verdadeiras riquezas. «Sabemos que somos eternos e que sempre o fomos». (Bento de Espinosa), filósofo holandês
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