Caros Leitores!

Este espaço tem como finalidade promover nas pessoas o autoconhecimento e consequente autoajuda. São ensinamentos mistico-filosóficos baseados nas grandes e profundas verdades da vida. Destina-se ainda a um debate destes princípios entre o autor e os leitores, sob a forma de perguntas e respostas. Todos querem uma vida e um mundo melhor, não é verdade?! É disto que trata este oásis em meio ao mundo perturbado.

Saudações,

António Moreira de Sousa

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A PAZ DO AGORA

Neste momento único reina a perfeição e a simplicidade. O pensamento se extingue, a mente se aquieta, o silêncio é envolvente e a sacralidade acalentadora. Uma força maior, anterior ao espaço e ao tempo, amorosa e inocente, plena e autossuficiente, abrange tudo irresistivelmente.

Se se sentirem numa convivência que promova inconscientemente a inquietude, virem-se silenciosa e discretamente para seu reino interno e sintonizem a Presença. Ao fazê-lo sentem e observam que o meio começa a corresponder lentamente  ao vosso novo estado unificado de espírito, e nada se lhe oporá. A Presença sagrada elimina as emoções perturbadoras ressaltando as benéficas e úteis.
Não é possível transformar intimamente as pessoas, mas se você tiver a lembrança, a sensibilidade e a inteligência de se virar para seu íntimo mais íntimo, onde tudo é paz intemporal, permite que a luz brilhe desde lá para todas as fibras do seu ser. O meio sente, sem esforço e intenção sua, as vibrações subtis emanantes de si, pois a realidade tudo penetra alcançando e despertando as forças benéficas dos demais, visto que você ligou a luz, a qual se propagou.

Só no Agora há beleza e tranquilidade indescritíveis. Não resta o mínimo desejo de descrever o que se passa, mas de deixar ir, de fluir com o momento, totalmente confiante, atento e vigilante, permitindo-se ser conduzido e levado por uma força que é bondade e amor infinitos. A prática constante da divina Presença permite-lhes estar livres de conflitos, sentindo-se em amor quer estejam sós ou acompanhados.

Se uma vez ou outra sentirem que o sentimento maravilhoso se esvai não se culpem ou entristeçam. Tomem de imediato consciência da invigilância, simplesmente consciência de estarem separados, e, milagrosamente, são religados.

Nesta bela vida não há competição, sentimento de incompletude e desejos, mesmo o de buscar perfeição. Tudo que é preciso está aqui e neste momento.

«Pessoas que habitam em Deus, habitam o eterno agora. Nele as pessoas jamais envelhecem. Aí tudo é presente e tudo é novo». (Mestre Eckhart)  

domingo, 20 de novembro de 2011

COMO VENCER AS EMOÇÕES DESTRUTIVAS

Para saírmos do círculo das emoções danificantes e negativas, precisamos de ser chocados pelas mesmas até ao ponto de deixarmos de ter atração por elas, não as alimentando consciente ou inconscientemente.
Precisamos de ver que os falsos sentimentos:
1. Esgotam a energia;
2. Deixam a pessoa exausta e confusa;
3. Dão-nos uma sensação ilusória de vida;
4. Perturbam o relacionamento humano cordial;
5. Danificam a saúde do corpo;
6. Provocam misérias pessoais e sociais;
7. Alteram o juízo de avaliação suave;
8. Distraem-nos da procura da unidade; 
9. Dão-nos a sensação de que não existe saída.

É impossivel sermos prejudicados por aquilo que não nos interessa realmente. Se preferirmos a vida calma e suave, do fundo do coração, é isso que teremos. Neste caso, as falsas e persistentes emoções fortes e negativas detroem-se por si mesmas, por não terem suporte gerador.
Para termos uma vida sã e equilibrada é fundamental descobrirmos por nós mesmos o que realmente nos convém, distinguindo o falso do verdadeiro. O que é ilusório produz inquietação, mas o que é verdadeiro dá-nos um senso de estabilidade emocional, certeza, amor e paz.
É importante ter tranquilidade em todas as situações, quer agindo ou descansando.
As pessoas adoram emoções fortes porque estas as distraem do vazio interior que temem enfrentar. Porém, além desse vazio há a vida radiosa. O que tememos realmente é nossa própria salvação, e que está apenas a um passo atrás da coragem de darmos esse passo.

«Quando você está se debatendo na água, não é tão consciente da água  quanto o é da sua luta contra ela. Mas quando se abandona e se descontrai, você flutua. E sente, então, todo o lago à volta do seu corpo  acalentando-o de maneira reconfortante. É assim que Deus é. Quando você estiver tranquilo, sentirá todo um universo de felicidade balançando suavemente sob sua consciência. Essa felicidade é Deus.»
                                                Paramahansa Yogananda, em Paz Interior

Sumário de ideias:
1.Perdoe silenciosamente. Perdoar, é separar-se, desprender-se, ficar mais leve, purificar-se...
2. Esqueça coisas, ousadamente. Não passe filmes mentais sobre o passado que já se foi e agarre a sua mente para onde está o corpo. Para cortarmos o auto-hipnotismo psíquico, despertemos.
3.«Um dos nossos maiores inimigos é secreto ressentimento» (Vernon Howard). É erradicado pela tomada de consciência dele e praticando a auto-observação imparcial.
4. Desejemos apenas o bem a todas as pessoas e a nós mesmos.
5.Considere, incidentalmente, ficar agradecido a quem o ofendeu no passado, visto que o incentivou à autotransformação redentora.

                          Silencie-se pela introspeção e sinta o silêncio sagrado do coração.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

ABANDONAR AS PAIXÕES

Extinga as paixões, pois elas são ideias fixas que o prendem e escravizam ao corpo e à mente, impedindo a expansão da consciência e a felicidade natural.
«Toda a sensualidade é enervante. O homem sensual é escravo de suas paixões, e degrada-se vilmente ao buscar o prazer. Porém, não é mau satisfazer as necessidades da vida. Ao contrário, é dever nosso conservar a saúde do corpo, porque de outra maneira não poderíamos manter acesa a lâmpada da sabedoria, nem dar fortaleza e lucidez à mente.» O Evangelho de Buda, de Kharishnanda.
O eu falso persegue o prazer e teme a dor. A equanimidade é a capacidade de nos mantermos acima destes dois opostos, o que resulta em serenidade.
Chamamos a atenção para este pormenor: o abandono do eu falso tem que ser feito gradualmente e por passos curtos, caso contrário torna-se demasiado amedrontador. Se este eu é tomado como sendo a própria vida, com ignorância e exclusão da vida autêntica, e tão enraizado desde então, como pode o caminhante desejoso de felicidade, paz e harmonia, dedicar-se a aceitar tal "tortura" ?!
É verdade, temos receio de abandonar o que é falso de tão familiar que nos é. E isto por não sabermos o que está além dele. Porém, o abandono vem em primeiro lugar e com gradualidade.
Precisamos praticar a introspeção com frequência sobre os princípios místicos, pois períodos de silêncio interiorizados revelam a serenidade e o amor de Deus que nos capacita a pôr de lado, gradualmente, e com esquecimento, a natureza adquirida que é desperdício de força vital.
Chamamos também a atenção para a necessidade de, de vez enquando, o leitor precisar  de dar uma oportunidade a  ser. Para isso, deixe tudo de lado, não force o espírito com reflexões, pouse os livros na estante ou deixe a Internet, beba chá e coma bolo, e vá dar uma volta pela Natureza. Permita que a leitura dos príncípios místicos que fez sejam absorvidos pela mente profunda, de forma natural e sem esforço, e que um dia aflorem à superfície em momentos oportunos da vida.
Não se deixem perturbar por aparentes contradições entre verdades apresentadas.
A comunicação através da palavra, embora valiosa, tem suas limitações: não consegue chegar à Verdade. Contudo, é um bom meio e já transmite um certo sabor  do que se deseja alcançar. Depois das palavras é preciso dar o salto  para a grandeza, com fé, humildade, fervor, coragem, recetividade e disponibilidade. O que é perfeito e realmente belo e bom está além das palavras!

«Que felicidade o homem poder libertar-se de sua sensualidade! Isto não pode ser bem compreendido, a meu ver, senão por quem o experimentou. Só então verá claramente como era miserável a escravidão em que se estava.» (S. João da Cruz) 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

ATITUDE PERFEITA E ORIENTADA

“Mude atitudes negativas, não circunstâncias negativas.” Não diga agora uma coisa e amanhã outra. Seja firme nos seus pensamentos e desejos. Honre a si mesmo pela palavra dada. Aprenda a viver perigosamente com segurança não planeada. Abandone todas as pseudo-seguranças. São as falsas seguranças que o fazem ter medo do futuro, da situação; que o fazem prender-se a pequeninas coisas que o arrastam para baixo.
Para que os outros não abusem de si, seja em primeiro lugar firme, sincero, franco, sábio, sem truques.
Não tenha fé na sociedade, nas promessas. A autoconfiança “move montanhas”.
Vamos aprender a viver como deve ser, como é possível viver e se deve viver! Não há outra forma! A outra forma é falsa, leva ao medo, ao fracasso e neurose. Morra para a falsidade pessoal e, em seguida, para a dos outros, e viva real e gloriosamente.
Os outros não têm hipótese senão serem reais para com você ou terão de dar meia volta, se você for real!
“Não permita que os débeis lhe roubem a energia psíquica. Construa um muro psíquico à sua volta, embora lidando com eles” Regresse a si mesmo quando for longe demais, e observe-se. Pare e ande. Repouse e aja. “Aja rápido.” Não há tempo a perder. Aja sem nervosismo ou ansiedade. Aja tranquila e rapidamente, embora parecendo parado! Você pode agir rápida e produtivamente se estiver sempre auto-unido, centrado em si, no seu eu. Uma pessoa dividida segue em várias direções, desgastando-se, lamuriando-se viciosamente. Isso não é auto-unidade.
São horas de não se identificar com a situação política, económica e financeira, parcial ou global. Viva como se não tivesse em que se apoiar. São os apoios, as “muletas”, que o tornam fraco, amedrontado. A força vem de dentro. É a partir do interior que se constrói o sucesso exterior. Só assim você poderá viver da situação sem se misturar com ela. E aí não está sendo falso, mas sim superior e, curiosamente, desinteressadamente, a situação melhora, tornando-se mais sadia, olhando-o e seguindo-o.
Não tente melhorar a situação estando dividido. Tem é de melhorar-se, unificando-se.
Milhões tentam melhorar, reformar o mundo exterior, e nada muda. Sabe por quê? Porque as pessoas procuram é servir-se da situação, criando mais caos. A maioria procura ajudar, ajudando-se primeiro, mas essa é uma falsa ajuda, que só os enfraquece.
Pratique o silêncio, fique atento. Você está se realizando corretamente.
Ao sermos realistas e produtivos com nós mesmos, automaticamente o somos com todo o mundo, e ele sê-lo-á connosco.
Todos os problemas têm solução se, apaixonadamente, assim o desejar.

AOS EMPRESÁRIOS E COLABORADORES

Em geral, os dirigentes das empresas andam com os nervos em farrapos por uma questão muito simples, mas difícil de eliminar na prática: é o facto de se ligarem ao seu trabalho na intenção de serem pessoas de sucesso, em vez de o desempenharem para ganhar o “pão-nosso de cada dia”.
A profissão deveria ser executada como um apostolado ao serviço dos outros, humanizando e humanizando-se. Não só realizariam o serviço com mais perfeição através do intelecto, e não das emoções, como teriam mais alegria, gentileza, perspicácia e produtividade. Passariam a ter sucesso psíquico, ficando para segundo plano, cumulativamente, o sucesso referido acima.
Naturalmente que os funcionários, sem tensão e ansiedade, produziriam mais e com eficácia.
Os dirigentes com esta atitude não teriam que se preocupar com as oscilações da bolsa, da economia e das finanças, pois estariam no comando de si mesmos, e isso é o que conta neste vasto mundo.
Explicamos ainda, para facilitar o objetivo, que a não identificação com o trabalho significa realizá-lo sem ficar preso aos frutos da ação, bons ou maus, não se prender emocionalmente com o que se faz. Resulta isto em liberdade, sossego da mente e do coração e o acúmulo de energia que origina felicidade.
Há escassez de trabalho em virtude das pessoas, dirigentes e funcionários, quererem ser alguém na vida através de sentimentos rasteiros.
O trabalho deixaria de causar preocupação, passando a satisfação, se agissem com consciência de momento a momento, aplicando o intelecto em vez das emoções. Ter autoridade sobre si mesmos em relação ao que se faz, e não permitir que as emoções de sucesso e fracasso se interponham. Isto se chama não-ação ou desempenhar a profissão com amor, tornando-a num apostolado.
Pertencer ao mundo fenomenal ou dualístico, vivendo ao sabor alternado de sucesso e fracasso, significa não estar acordado, desperto e, portanto, estar em sono psíquico.
Clarificando: se buscarmos o sucesso humano temeremos o fracasso humano, e isso é o que realmente enerva: temer o oposto.
A solução é viver acima destes dois falsos amigos emocionais que arrasam a estrutura psicossomática.

CONHECER – SER – AMAR – VIVER

Nem pessoa nem coisa têm poder de nos prejudicar. As pessoas apresentam-nos desafios, mas não devemos reagir negativamente a eles. Se estivermos serenamente atentos podemos até tirar benefício desses desafios, e isso traz também a consequência salutar de termos controlo sereno sobre as pessoas ou circunstâncias.
Uma pessoa se queixa de seus problemas pessoais e da sociedade: isso é porque ela ignora a força interna que brota de sua essência. Esta força, por falta de autoconhecimento e autocontrolo, assume esses sentimentos, visto que a pessoa, inconscientemente, lhe dá essa direção. E, como a energia universal deve ser gasta em seu próprio benefício e uso de todos, animais e plantas, a pessoa fica abatida e mais negativa.
Outra consequência é a dependência em relação aos negativismos pessoais e à sociedade. Para deixar de ser dependente a pessoa precisa ser a partir de dentro e não de fora. Precisa deixar de ser um componente ativo inconsciente desses sentimentos e da sociedade.
Com a independência e liberdade, através do autoconhecimento, surge a capacidade de vivermos a nosso favor e da sociedade corretamente.
Temos sido demasiado preguiçosos para deixar de desejar que os outros nos façam ou deem coisas; para pensarmos por nossa própria cabeça.
O pensar perfeito com base na compreensão (consciência) é luz, beleza e serenidade, criatividade, renovação e elevação. Este pensar não é agitação, preocupação e desgaste. É a perceção direta e instantânea do que é, das coisas como elas realmente são, e isso é alegria, felicidade e harmonia.
“Quando um homem vive com Deus, a sua voz deve ser tão suave como o murmúrio do regato e o sussurro do trigo.” (Ralph Waldo Emerson)

sábado, 8 de outubro de 2011

MANTER INDEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA EM RELAÇÃO AOS DEMAIS

Não é sua obrigação salvar o mundo, mas salvar a si de si mesmo, do ego. Só assim estará isento do sofrimento causado pelo ego dos outros.
As pessoas em geral, especialmente as negativas, estão sempre prontas a drenar energia psíquica de quem se encontra em nível mais alto. É contra a lei permitir isso. É preciso estar alerta constantemente. Usam todos os artifícios dos mais detetáveis aos mais subtis, desde truques do cumprimento diário até aos olhares.
Quase ninguém está interessado na transformação íntima, o que implicaria esforço e responsabilidade pessoais, enquanto puder de alguma forma usar outros para descarregar neles suas taras neuróticas. Excetuam-se os homens e as mulheres que atingiram níveis psíquicos e espirituais elevados, mesmo vivendo em sociedade, mas com distância íntima, e esses existem na razão de um para um milhão.
Mas você se estiver realmente interessado na introspeção diária não pode impedir-se de se transformar. A salvação é sempre um ato individual e não o movimento das massas, como afirmaram dois grandes Sábios distantes no tempo e no espaço: «As grandes verdades não se enraízam no coração das massas.» (Chuang tse), mestre chinês taoísta, e «As almas não se salvam aos magotes.» (Ralph Waldo Emerson), filósofo, ensaísta e humanista norte-americano.
Não há duas pessoas fisicamente iguais, assim como não há duas pessoas que estejam no mesmo nível de compreensão, perceção ou entendimento. Elas nascem para este mundo diferentes física e percecionalmente, o que implicará, chegado o momento, de se autorresponsabilizarem como indivíduos. Cada ser humano é único. É por isso que as organizações religiosas não podem e não conseguem salvar ninguém totalmente. Excetuam-se a beleza e a imponência estrutural e mística dos locais sagrados de peregrinação e os conventos e mosteiros que praticam trabalho de apostulado sério,  que levam o nome dos santos que lhes deram origem e que têm apoio delas, os quais também mantêm as organizações de pé. As organizações podem, quando muito, transmitir os ensinamentos de Seres Especiais e conferir às  massas consolo aparente. Ajudam até certo ponto, mas, a partir deste ponto, o indivíduo, dentro ou fora das organizações, terá de se responsabilizar e prosseguir por si na procura da Verdade, se não quiser sucumbir.
Conhecemos pessoas que fazem propaganda de suas doenças  com o objetivo de impingir aos outros que são as mais sofredoras. Elas no fundo desejam é descarregar o que delas mesmas não podem e não querem suportar.
Mas há também aqueles que numa conversa se centram à volta de si mesmos,  vangloriando-se ou descarregando um sentimento de culpa, falando sem parar com discursos fúteis.
A pessoa consciente sabe que a sociedade chamada moralizada carece de autenticidade: as simpatias, os elogios, as gentilezas, as amizades..., estão sempre baseadas no interesse. Frustrado este, a autenticidade cai por terra.
Nem mesmo a medicina  é solução total para os problemas do homem se este se negligenciar, delegando em outrem a condução e estabilização de sua vida. É claro que a medicina está avançada e coordenada, pode salvar vidas e efetuar trabalho sério. Porém, se a pessoa perder a autoconfiança e a dignidade acabará dependente de farmácias, técnicos de saúde e hospitais  onde sucumbirá, falhando esta lei inexorável: «Perdemos a força cósmica de cada vez que nos tornamos dependentes da força humana». A medicina ajuda se você se ajudar, se colaborar na cura, se contribuir para a mobilização de suas forças curativas interiores e não ficar à espera como um mendigo para que lhe façam tudo, sem esforço sério de sua parte. Do mesmo modo as organizações religiosas não podem, como já dissemos, resolver o problema tão intrincado como a salvação, mas a Deus nada é impossível se você, mesmo assim, for colaborante nela.
Tanto a cura como a salvação se revestem de um enorme cunho pessoal, o que poderíamos conceituar,  neste particular, como de autocura e autossalvação.
Assim sendo, você, sem se tornar antissocial, pense por si, viva por si e procure perceber o valor e o alcance desta frase:
«A Auto-observação imparcial leva ao Autodespertar o que conduz à Autoliberdade», apresentada por Vernon Howard, num dos seus livros.
Quando alguém seu familiar ou não, for azedo e ríspido com você  não responda com azedume e ríspidez para não cair nas malhas da irritação. Ela não olhará a meios ou amizades, o que quer é descarregar. E uma vez feito isto, desculpa-se e justifica-se. Não vá nesse jogo perigoso. Não adianta discutir com ela ou tentar emendá-la. Para evitar isso, seja feliz por si, contenha-se, ame, refugie-se em Deus.
Só o homem iluminado vê a fraqueza humana, mas não tira partido dela.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

TRANSFORMAÇÃO INTERIOR

Tudo o que importa nesta vida é encontrar aquele Centro donde flui a luz que a ilumina. Todas as mudanças exteriores sociais não contribuem para esta possibilidade. Só uma renovação global interna, que não seja uma reforma do eu pessoal, mas uma redução gradual e progressiva deste, dá acesso ao Centro de luz e de paz.
O homem ou a mulher isolados que estão descontentes com a vida e que chegaram ao fim de sua corda mental, procuram uma saída ( pensemos na parábola do Filho Pródigo ), e iniciam a viagem de regresso a qual, milagrosamente, jamais será uma repetição. É certo que este regresso está cheio de obstáculos, aparentemente intransponíveis, pois é preciso remar contra a maré não só deles mesmos como do meio em que vivem.
O peregrino da Verdade pode vacilar, sentir-se temporariamente só e querer voltar à vida monótona anterior. Contudo, como já teve, eventualmente,  um vislumbre da existência de uma Vida Maior, justa, equilibrada e saudável, constantemente irradiante e que permeia silenciosamente tudo tem, nos momentos críticos a luz pequenina que nunca se apaga, estimulando-o a prosseguir. Uma vez por outra, parece que esta luz, com tendência a aumentar, se extingue mas, caindo em si, volta a vê-la, e avança não obstante os perigos.
As pessoas que se identificam com o mundo e que estão no caminho de ida e sem saída, tentam persuadir o caminhante de que ele é que está errado, mas a luz que não engana e que confere no íntimo um senso real de verdade, amor e justiça, o protege dos enganos.
As pessoas fartas de serem enganadas é que começaram a pensar por sua cabeça e a investigar mais além de si próprias e da opinião comum. Há muitas que saíram vencedoras e que declararam por palavras clarificantes e por uma vida virtuosa exemplar, seus triunfos.
Há um momento crítico na vida do aspirante à Verdade que é este: todo o processo para passar de um nível mais baixo de ser para um mais alto, é precedido pela anulação de tudo anterior, exceto a sabedoria excelsa, a qual serve à eternidade.
O místico passa por muitos dos estados íntimos narrados no Novo Testamento, trabalhando para a glória de Deus e não para a sua, deixando à Vida seus cuidados e ou merecimentos. Tudo o que ele quer é resistir até ao fim em que todos os dias sejam de clareza e certeza. « ... aquele que perseverar até ao fim será salvo. » ( S. Mateus, 24:13). Ele tem uma qualidade de amigos de nobreza superior que são mil vezes maiores que aqueles que desertaram e que teve de deixar para trás.
São as pessoas que foram além de si próprias e da sociedade falsa, desequilibrada e enganosa, e que tiveram um vislumbre  da Luz Maior, que dão esperança à sociedade e ao Mundo.
A autorrenovação impõe-se inexoravelmente, sem a qual a renovação externa nada ou pouco resulta. Mas devemos fazer isto por nós. Fazendo-o, executamos nossa tarefa e verificamos que os outros precisam de fazer o mesmo.   

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

COMO VENCER O MEDO

A magia do viver perfeito está na capacidade de se desprenderem. Viver de momento a momento sem acomodação, habituação, o que exige enorme energia e alerta.
Pecado é pensar e fazer o que é errado, como também é a acumulação de resíduos, o ficar agarrado a experiências emocionais agradáveis e desagradáveis, comprometendo assim a criatividade, a leveza e a liberdade emocional espiritual.
Viver, é viver na medida do possível, no aqui e agora, como se cada dia fosse o primeiro, sem memória ao passado ou perspetiva quanto ao amanhã. Deslizar, fluir, rolar, gozar (o que for gozável ), sem se prender a nada, pois,  no momento em que a pessoa se prende e quer repetir a experiência, agarra-se ao tempo, ao passado, e separa-se do aqui e agora Vivo.
Quando querem repetir estão a valer-se da memória, a comparar com o registado nela, o que nunca criará uma coisa nova.  A beleza está na vivência inédita, a qual é glória, felicidade, novidade pura, energia e sacralidade impassível de comparações.
O medo é uma emoção negativa ligada a algo que aconteceu no passado, e cada vez que o sofredor se lembra dele liga-o ao presente, tornando-o real e temendo-o amanhã. É isto o que se chama uma fobia.
Entendam que, a maioria de nós por desconhecer quem é, vive agarrado a ideias imaginárias sobre o que pensa ser, e isso cria medo, o viver ligado a posições emocionais e mentais fixas.
Só há um medo básico que é o eu falso, e só há a necessidade de uma cura que é o Eu Verdadeiro.
Se o sofredor estivesse capacitado a contornar os reveses da vida não ficaria chocado, preso  ao acontecimento, e tão pouco haveria a criação de medo.
Porém, como as pessoas querem não só explicações, mas também um certo alívio imediato, vamos apresentar alguns conselhos práticos dignos de reflexão:
1. Transforme-se interiormente pela meditação;
2. Tome consciência do medo, pois a consciência é a luz que expulsa as trevas. Quanto menos distância entre si, (observador) e o  pensamento-medo, (coisa observada), mais próximo da vitória;
3. Ao se acercar daquilo que o atemoriza, com coragem e determinação, o medo perde força e você se transforma em verdadeiro herói conquistando liberdade íntima;
4. « A única coisa que o medo não pode suportar é ser olhado de frente, sem resistência e sem medo».
5. O Amor expulsa o medo.
6. A pessoa libertada pode lembrar-se do medo, mas encolherá os ombros pensando: «o que é que isto tem a ver comigo agora?»
7. Quando regressamos à nossa natureza original, que é de essência celestial, o medo e os medos desaparecem, e os pensamentos são de qualidade elevada, portanto, não criadores de emoções nefastas;
8. Não tenha medo de ter medo, visto que ele é apenas um pensamento falso. Mude seus pensamentos;
9. Se quiser saber algo mais, leia o livro O Despertar da Sensibilidade de Krishnamurti - um dos maiores Instrutores espirituais, mas não se esqueça que a libertação final é de Deus, Verdade, Essência, Eu Verdadeiro, ou qualquer outro nome que queira dar à Realidade Última;
10. Compreender um problema é resolvê-lo, solucioná-lo; e
11. A compreensão tem de ser profunda e abrangente, envolvendo todo o nosso ser, e não apenas limitada à compreensão lógica e intelectual. Podemos compará-la à consciência, à perceção, à clareza da mente e, em última instância, como uma aproximação à luz divina. A compreensão intelectual pode iniciar a pesquisa, mas cedo ou tarde temos de mergulhar  na compreensão mística e ir além de nós mesmos, experimentando a liberdade cósmica.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

PARA AMAR

Para amarmos as pessoas precisamos estar de bem com nós próprios, de colocar a integridade pessoal em primeiro lugar. Não basta sermos generosos ao mesmo tempo que nos rejeitamos.
O amor é uma energia íntima e não o apego ou paixão a uma pessoa.
Quando um homem ama realmente a esposa e os filhos não são precisas muitas palavras para expressar esta devoção, que inclui também a responsabilidade, acompanhamento, respeito e desejo de vê-los crescer em realização e alegria, a seu próprio jeito.
Amar sem dominar e controlar é difícil, mas necessário. Por vezes é preciso ter a coragem de amar, negando, « fechar por amor a mão aberta ». Mais difícil ainda é amar quem não nos ama, quem recebe o que de bom coração damos, sem reconhecimento, quem vê sempre um cisco nos nossos olhos e não quer enxergar uma trave nos seus.
É o amor que alivía nossas dores, nos reequilibra, e nos dá o senso de União com todos e com tudo, aqui e agora.
Para amarmos precisamos ultrapassar o medo, o ódio, a separação, a hostilidade e o ressentimento. Ir ao fundo de nosso íntimo mais íntimo onde vemos extinguido o negativismo e a prevalência da Ventura. Melhor se ama quando nem temos consciência disso, quando decorre espontaneamente de nossa natureza, não esperando paga e não nos queixando pela não correspondência.
Quando amamos somos amados superiormente e sentimos liberdade íntima, desanuviamento, fulgor e alegria.
Os que mais exigem amor e atenção dos outros, são os que mais precisam aprender a amar, a saírem de si para fora, a doarem-se. É possível amar sem perder a identidade e o equilíbrio.
O que é uma pessoa deprimida senão a que se encerrou , se recusa a lutar, a entrar no jogo da vida e que não conseguiu contornar um revés?!
O que é uma pessoa tímida senão a que projeta e transfere para os outros aquilo que gostaria de dizer, fazer ou ser, mas, por preguiça, ignorância e falta de meios (entrar em ação), é mais fácil e cómodo para ela negar suas potencialidades, vendo-as nos outros, e achar-se incapaz de ser o que é ?!
O amor é  a maior força e mobilização, e sua expressão é candura, deleite, gentileza, intrepidez, decência moral, vitalidade, alegria e sensibilidade.
« O amor deve ser aprendido na Terra. É  algo muito mais alto ».
Aprendemos a amar quando não nos defendemos, não nos vingamos e perdoamos, suportando com paciência gestos e palavras de desamor dos outros. Assim, aperfeiçoamos nosso eu íntimo. A não defesa referida é a defesa perfeita.
Não nos devemos medir pelas outras pessoas nem contabilizar o mal que nos fazem, mas o mal que fazemos a nós mesmos e aos outros.
O amor é o melhor estado de ser e fortaleza, o qual cresce com a doação. 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

COMO VENCER A DEPENDÊNCIA

Toda e qualquer dependência está relacionada com algo exterior à essência. Esta sujeição origina hostilidade em relação ao objeto do desejo. Sempre somos hostis ao que nos aprisiona e ilude. A causa está no íntimo do indivíduo, e este tem uma atitude dupla: por um lado, precisa do prazer ou satisfação proporcionado pelo objeto ou pessoa; por outro, tem o sentimento de repulsa sobre os mesmos.
A dependência resulta da incapacidade que a pessoa tem em conhecer a sua essência, a qual é a verdadeira e natural satisfação, livre de quaisquer apegos internos ou externos. Quando somos nós mesmos estamos em harmonia e contentamento.
Quase todas as pessoas pensam que o alívio está em algo exterior a elas, e só raríssimos indivíduos descobriram que a paz duradoura vem do íntimo redimido. Quando o objeto de desejo-dependência não se faz presente ou é negado, a pessoa padece de ansiedade, exigência, irritação, e exterioriza violência, ira e aviltamento.
Cada indivíduo pertence à sua essência , que é o próprio Deus verdadeiro, e o sofrimento é consequência da tentativa inútil de pertencer a outro lugar.
Uma forma de dependência é o querermos que as pessoas nos respeitem e se comportem da forma que nos agrade. Quando não o fazem ficamos irritados e dececionados. Elas não querem e não o podem fazer, e tão pouco é necessário para nossa integridade ou bem estar. O que causa o desgosto não é o comportamento delas pelo que dizem ou fazem, mas a frustração da expetativa em relação ao que exigíamos que acontecesse. Se  permitirmos que as pessoas se comportem de acordo com o que são, não continuamos a ser escravos  de nosso desejo-exigência.
Seja autossuficiente e não permita que o controlem. Você não consegue isso quando busca fora o que há em si.
O prazer verdadeiro isento de arrependimento e repulsa emana do espírito renovado. É certo que há satisfações complementares externas, mas não podem causar dor e atrito quando o amor toma as rédeas do desfrutar e não se permite que o desejo controle a situação.
Santo Agostinho disse: « Ama e faz o que quiseres».
«É um duro e saboroso martírio morrer para todos os prazeres do mundo e disfrutar só os de Deus.» (Santa Teresa de Jesus de Ávila)
Evite reivindicar algo exterior a si. Vire-se para dentro e reivindique, amorosamente, seu próprio e natural poder, da essência. Prazer próprio, ameno e salutar, é prazer próprio, e não é a dependência ao proporcionado por objetos ou pessoas os quais possuem a característica de incerteza e incompletude.
Precisamos descobrir que a causa dos maus hábitos é interna, como já referimos , por não se saber a verdade acerca  da vida, das coisas como elas são. São exigências-pensamentos falsos que é preciso substituir pela verdade clara e libertadora. Por não vivermos em estado de amor procuramos substitutos para apaziguar o tormento interno.
Apresentamos agora uma questão fácil e simples, digna de constatação: se comerem com consciência, observando como comem, verificarão que (a) comem menos, (b) saboreiam mais a comida, (c) os alimentos demoram mais tempo na boca para a mastigação-salivação, (d) sentem-se mais aliviados  e satisfeitos, e (e) têm uma atitude serena e salutar ao almoçar ou jantar.
Relativamente à dependência à comida, bebida, drogas, ansiolíticos, mau génio, luxúria, cobiça e avareza, a solução é a conscientização observadora com redução e extinção gradual dos falsos desejos. Uma coisa são as necessidades naturais e outra são os falsos desejos que se mascaram como necessidades reais e que devem ser erradicados pela compreensão dos mesmos.
«Você transforma a vida ao compreender seus desejos e não ao tentar satisfazê-los».(Vernon Howard )
 

quinta-feira, 14 de julho de 2011

COMO CONVIVER COM PESSOAS DESAGRADÁVEIS

O homem mau é escravo de sua própria maldade.
Viver ao sabor dos opostos da existência, significa estar espiritualmente adormecido. Homem assim não tem alternativa a não ser reagir diariamente de forma mecânica de acordo com ventos internos e externos que sopram.
Só o homem que se elevou acima da mente condicionada é que deixou de estar em guerra consigo mesmo e com os outros. Este homem é verdadeiramente humano, genuinamente espiritual,  e vive produtivamente.
Se você fica aflito, nervoso, ansioso e compelido a lutar contra situações e pessoas desagradáveis, saiba que não está a perceber e a viver o ensinamento do Novo Testamento «...não resistais ao mau.» (S. Mateus,5:39).
«No dia em que permitir, sem reservas, que as forças que tentam derrotá-lo sejam bem sucedidas, enquanto se põe de lado e observa, nunca mais poderá novamente ser abalado na vida.» (Vernon Howard)
Devemos considerar as situações e pessoas desagradáveis como desafios e incentivos ao nosso próprio crescimento espiritual. Se  aprendêssemos por nós mesmos  não precisaríamos destes mestres amargos e enfrentá-los-íamos como incidentes neutros, incapazes de provocarem dor.
Você tem duas opções:
1.Ou sai derrotado e abalado psicossomaticamente; ou
2.Aprende a lição como um sábio, usando os desafios, aparentemente amargos, e se eleva acima das tempestades.
Não se permita ser mandado compulsivamente, isto é, no seu íntimo. «O homem exterior talvez sofra provação, mas o interior será inteiramente livre». (Mestre Eckhart)
Você não é um alvo a abater.  Não seja escravo do egoísmo dos outros. Tranquilamente, recuse ter medo.
O mal dos outros e das situações semelhantes, é dirigido contra seu ego, a personalidade, o homem velho, e não contra o você real. «Você é algo que não pode ser perturbado por coisa alguma ».
Permita, como um sábio, a destruição da casa assombrada. Não reaja com seu ego ao ego dos outros.
Permita em benefício de sua serenidade, dignidade e inteireza que o Eu Maior tome conta da situação, com calma e sabedoria absolutas. Para isso, aprenda a amar, a ser amor e a compadecer-se. Entregue seus cuidados.
Quando não conseguirem o que afirmamos, recolham-se, virem-se para dentro, e, simultâneamente, tenham a coragem silenciosa de pedir ajuda Superior (auxílio, paciência e compreensão) para enfrentarem o que está além de vossas forças e foge ao vosso alcance.
É possível viver neste mundo sem lhe sentir a escravidão, mas em liberdade íntima que se propaga externamente. E o Reino Interno é assim mesmo.
Ao homem libertado se associa toda a Força Cósmica do Universo e instiga-o na intenção de vencer.
A Verdade é mais forte que tudo o mais.  Não há um poder oposto a DEUS .
«Não dê jamais a um homem não-despertado a oportunidade de explodir em fúria e sarcasmo contra você. Você cai nessa armadilha todas as vezes em que parece fraco ou quando ele percebe que você quer alguma coisa dele. A natureza animal do homem está sempre vigilante à espera de alguém para atacar. » (Vernon Howard)
Desempenhe suas funções na vida social, familiar ou profissional com competência singular, e não se permita ser usado para além do que é decente e salutar.
Se reagirmos de forma habitual, com o eu artificial,  perdemos terreno, e isso é o que as pessoas hostis querem, que lhes demos luta, que baixemos ao nível delas. Tenhamos compaixão prudente e façamos um esforço para vê-las como Deus-pessoas e não como pessoas.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A BELEZA DA NATUREZA


É super maravilhoso fazermos uma caminhada, sem motivo, sentindo a brisa fresca no rosto, sob um sol brilhante e o azul do céu. No percurso aproveitamos a oportunidade de olhar as árvores com seus ramos e folhas oscilando ao vento num sussurro gostoso, bem como as flores em sua beleza e multicolorido. Tudo isto numa atitude divertida, sem palavras, descrições e análises. O corpo sente-se folgado, rejuvenescido, e a mente fresca e enlevada.
Caminhem, amigas e amigos, gozem os jardins da Natureza gratuita e sempre ao dispor. Saiam da rotina e dos pensamentos tristes, e deem asas à vossa natureza espontânea.
Alguém é capaz de descrever o gosto de um pêssego? E a vida é assim, além das palavras...
É encantador ver e afagar um gatinho, relaxado e apoiado em suas patinhas, olhando tranquilo, olhos pisqueirinhos, querendo dormir. Ele está tranquilo, naturalmente, mas, se se apresenta uma iminência, torna-se enérgico, ágil e dinâmico.
É bom olhar para uma pessoa, olhos nos olhos, e sentir que não há nervosismo, segunda intenção, interesse, mas sim comunhão, naturalidade e ternura.
Um dia estávamos sentados num banco sobre a relva, no Parque da Cidade, a cerca de três metros  de um grande lago com gaivotas, patos de vários tamanhos e origens, pombas e passarinhos. O  dia estava ameno, era de manhã, e uma brisa fresca permeada de um sol não abrasador, faziam parte do contexto. Pessoas ao longe passavam, mas isso não nos importava, não interferia. Estávamos ali para namorar beleza, desfrutar em profundidade. Fazendo um esforço para não fazer esforço, mais e mais, sentimo-nos perto e intimamente com o ambiente circundante. Despertos e com os sentidos refinados, observamos com alegria que dois patinhos de tamanho médio, bonitos e graciosos, caminhavam vindos de trás de nós, calmos e sem medo, e foram colocar-se alapadinhos, em fila, um à frente do outro, entre nós e o lago, à distância de meio metro de nossos pés e com as cabecitas voltadas para a água serena e bela.
Entretanto, um conjunto grandioso de gaivotas, patos e pombas, levantava voo ligeiramente circular com linda mestria. Com alegria, tivemos a perceção do movimento do voo.
Foi uma experiência fascinante, memorável e renovadora.
Elevamo-nos ao nível em que o pensamento descritivo desaparece e só existe o Fluir Natural.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

PARA O CONHECIMENTO DE SI MESMO E DOS OUTROS

O conhecimento de si mesmo são os óculos que o habilitarão a conhecer os demais.
Para se conhecer tem de abrir mão da segurança psicológica. O psiquiatra suíço Carl Jung assinalou que um dos principais inimigos da autodescoberta é o desejo de segurança.
É necessária coragem, paciência e persistência para praticar a Observação Silenciosa Imparcial já assinalada em uma das folhas do Blogue e que, repetindo, consiste em observar passivamente a mente sem identificação, isto é, sem medo, aceitação, rejeição, análise ou classificação. Este exercício pode mostrar-nos que não somos tão bons como pensávamos nem tão maus como temíamos ser, e despoleta a superação do bem e do mal e, por conseguinte, do dualismo ou sono psíquico, revelando uma nova força e a capacidade automática de conhecermos os outros profundamente. Tem ainda o condão de eliminar, por não sermos participantes interferentes mas agentes imparciais, problemas inconscientes obstrutores do desembaraço na vida.
Se nos perguntarem como é que a simples observação pode efetuar tudo isto, a melhor resposta é: façam a experiência e ficarão a saber com acuidade.
Psicologicamente, o homem é invisível, declarou o genial místico norte-americano Vernon Howard.
As pessoas são como a Lua... mostram-nos apenas um dos seus lados, observou Arthur Schopenhauer, de acordo com interesses e necessidades, desejos e receios. Assim, a forma científica de as conhecer é pelo significado e ordem da primeira frase deste texto.
Quando não compreendemos uma situação, pensamento, relacionamento ou um incidente chocante, classificámo-los de desagradáveis, não os queremos enfrentar e remetêmo-los para o subconsciente onde ficam a causar mal estar e a impedir a criatividade.
O homem sábio evita acumular problemas, compreendendo-os no momento em que se apresentam, e, assim, mantém a mente livre e desimpedida.
Se quisermos conhecer as pessoas sem os procedimentos apresentados, corremos o risco de as vermos como elas querem ser vistas ou ainda como desejamos que sejam. Pode até acontecer que vejamos defeitos nelas e estes sejam um reflexo dos nossos próprios (projeção).
Conhecer as pessoas como elas realmente são em seu estado de adormecimento,  livra-nos de sermos usados, explorados e enganados pelas mesmas, mas nós, ao nos conhecermos primeiro, libertamo-nos do sono.
E como é que o autoconhecimento proporciona poder? Porque, pela imparcialidade da auto-observação silenciosa, verificamos que não somos nem o bem nem o mal  observados, e estes se extinguem dando origem ao aparecimento da realidade imortal que somos, a qual é poder verdadeiro. E o milagre da observação silenciosa imparcial não pode ser expresso,  tem de ser experimentado pessoalmente. «O melhor não pode ser explicado em palavras» (Leão Tolstoi).  

terça-feira, 28 de junho de 2011

VIVER EM VIRTUDE

Sem uma vida orientada pelos valores morais superiores, e uma conduta virtuosa, é impossível estabilidade e pureza de coração. Só o amor ao que é sagrado nos liberta do desassossego. E Deus é o que há de mais sagrado e verdadeiramente Santo, sendo a fonte de toda a santidade.
Não podemos atribuir ao Senhor a causa de nossas imperfeições, doenças, desempregos, desastres ecológicos e instabilidades económicas e sociais locais ou mundiais. É o homem no seu desvario e violência intrínseca que semeia pelos maus pensamentos e más ações o mal no mundo e o promove. Lembrem-se que os que mais precisam da Verdade são os últimos a procurá-la, e são maus todos os grandes homens.
Tenham cuidado meus amigos, que a mais trágica das ilusões é a auto-ilusão. O Senhor-Deus é omnipresente e omnisciente e está em toda a parte, tanto fora como em vossos corações. Ele não se deixa enganar pelas nossas ilusões e falsos pedidos destituídos de bondade, amor e intenções retas. Deus é Amor e Pureza. Se quisermos alcançar o seu Reino ou acolher a Sua doce Presença, precisamos de virtude, devoção, obediência e disciplina.
O Mundo carece urgentemente de homens e mulheres que se superem e que ponham os interesses cósmicos à frente dos interesses pessoais, espalhando o sal da virtude e do bem para a regeneração da humanidade e a revitalização da Terra, que já foi maravilhosamente verde.
As intenções são retas quando  o nosso comportamento em privado estiver em consonância com o que dizemos em público.
Vocês precisam de saber o que é Auto-unidade: É a união connosco mesmos e a união com Deus de tal forma que Ele seja tudo em nós e não haja espaço para mais nada.
Um ecumenismo profundo entre todos os credos, aceitando com amor as diferenças, é de grande necessidade atualmente, com a convergência de orações e a devoção a Deus.
Sem uma verdadeira religiosidade em todas as esferas da vida, pessoal, social, ciências, profissões e artes, de forma que essa ténue, salutar e nobre orientação permeie tudo, não é possível a paz social.
Os dirigentes deveriam  abster-se de mentir aos votantes e ter imaginação suficiente para criarem empregos, aproveitando os recursos naturais que cada país tem, e só em último recurso recorrer à ajuda exterior.
O verdadeiro serviço aos outros deveria ser desinteressado, como se fosse um apostolado para Deus, e, assim, evitar-se-ia instabilidade  e injustiça social.
Precisamos de descobrir o místico em nós e pô-lo em ação na vida prática, para que haja felicidade generalizada e o homem deixe de ser o lobo do homem.
É o desconhecimento da verdadeira natureza do homem e do seu consequente papel cooperante com a vida universal que faz com que ele seja o que é - um ser em estado de sono psíquico, agindo mecânicamente.
É preciso despertar, acordar para o que são as coisas, permitindo o desabrochar de uma vida radiosa de excelso esplendor.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

PARA AJUDAR OS OUTROS COM EFICÁCIA

Ajudando os outros, ajudamo-nos.
A capacidade para ajudar outras pessoas resulta, primeiro, do esforço que despendemos para nos conhecermos e nos ajudarmos. Como descobrimos um tesouro em nós, sentimos o desejo de incentivar os outros a fazerem o mesmo, pois toda a gente tem nobres potencialidades inexploradas. Assim, aumentamos a nossa felicidade e alegria entrando em contato com muitas pessoas. A isto se chama expansão da consciência.
Você não é só você. É você e todos os outros.
É uma ilusão funesta para nossa vitalidade e criatividade pensarmos que somos pessoas isoladas como ilhas. Na realidade a separação só existe à superfície, mas, sob a água, na profundidade, a terra é una e as ilhas não existem.
Se pensarmos que tudo estará bem se resolvermos o nosso ou nossos problemas ficando num cantinho, estamos a caminho de um choque. Em certa medida precisamos de viver para nós e para os outros, trocando experiências e, em especial, sabedoria vivificante e revitalizante.
Não há essa coisa de felicidade limitada, circunscrita apenas ao indivíduo tal qual o conhecemos. Assim como numerosas gerações do passado trabalharam e pensaram  para sermos o que somos e termos o que temos, sentimos que precisamos de nos reencontrar e estimular as pessoas a fazerem o mesmo não amanhã, mas agora. Somos todos partes de um TODO Super Maravilhoso em que nos integramos confortavelmente.
A pessoa isolada não vive, vegeta, sofre e autodestrói-se, morrendo a cada dia, e, ao aproximar-se o «final», o que mais a entristece e angustia é sentir que não viveu, que desperdiçou seus talentos.
Uma vez um homem nos disse: «Eu só tenho medo da morte»; ao que respondemos: «O medo da morte é o medo da vida». Se esse homem estivesse vivendo realmente, não obstante as aparências profissionais de ter algumas pessoas sob as suas ordens, conhecer-se-ia e viveria. «Para aquele que se realiza constantemente não existe o medo da morte.» ( Krishnamurti )
A criatividade e a clareza da mente são vida que não deixa espaço para devaneios.  

quinta-feira, 16 de junho de 2011

PARA DISSOLVER A TENSÃO E A PRESSÃO

A tensão emocional e física estão interligadas, e se uma se afrouxar a outra também relaxa.
Deixar que as coisas sigam seu curso natural sem interferirmos, é uma das valiosas lições do Taoísmo.
Compete ao ser humano ajustar-se ao rio da vida em vez de querer dirigi-lo, pois está além de suas forças. Interferir é criar mágoas e tensões. Isto não significa que ficar parado de braços cruzados é solução. É preciso pensar e agir em conformidade. Não é de nossa competência e obrigação fazer a vida rolar para a  frente, mas permitir que role levando-nos com ela.
A pressão aparece quando exigimos que as coisas se ajustem aos nossos interesses pessoais, o querer que a vida siga à esquerda ou à direita, em vez de seguir como lhe apraz.
É preciso termos atenção ao facto de que lutar contra a vida natural querendo mandar, exigir ou dirigir, pode criar dor desnecessária, pois ela não se dobrará aos nossos falsos desejos, ou seja, do ego, nem pode fazê-lo.
É de grande sabedoria e sensibilidade entender silenciosamente que é o Poder Supremo que faz andar todas as coisas segundo Seu  Plano Amoroso  para bem de todos e de tudo.
Afinando nossa vontade de forma o mais universal possível com o maravilhoso e excelso Poder, sabemos e sentimos  que os nossos  mais nobres interesses e necessidades começam a ser satisfeitos, e são de longe riquíssimos e diferentes relativamente aos que arquitetamos através do ego, o qual é um empecilho para o viver perfeito.
Suponhamos que um homem está junto a um ribeiro que parece intransponível, mas que tem necessidade imperiosa de o transpor. Ele percebe que se o fizer encontrará do lado de lá o que mais deseja desde sempre. No entanto, está hesitante e duvidoso se será capaz de o fazer. Inesperadamente, surge a seu lado um mágico que lhe sussurra: «Tu és um Homem, salta!».
Este homem fica num dilema: por um lado, sabe que se saltar, realizará o que o mágico diz; tornar-se-á à luz do dia o que é potencialmente, um Homem Verdadeiro; por outro, se efetuar acomodação  ao conhecido, à opinião dos outros, aos seus medos, se olhar para o passado e recuar, definha e é apenas um homem potencialmente.
Não há maior sabedoria que permitir que o Espírito da Verdade pense, fale e viva por nós. Todo o fardo é abandonado e dissolvido.
Se assim for, onde estão a tensão e a pressão?! Meditem com reverência nisso!
Estamos falando da cura Mística que vai às causas e não escamoteia sintomas. 

terça-feira, 7 de junho de 2011

PARA ACABAR COM A ANSIEDADE

A ansiedade nasce da sensação do vazio interior.
O medo de que nada aconteça e de que provavelmente alguma coisa vai acontecer, deixa a pessoa num estado de intranquilidade. Ela fará qualquer coisa para fugir dessa situação, seja o que for.
A solução verdadeira está em não fazer nada, absolutamente nada, permanecendo à margem daquele sentimento sem classificá-lo, temê-lo, rejeitá-lo ou acatá-lo. A própria fuga incentiva e amplia o sentimento. Se permanecerem nesse estado, tranquila e humildemente, como observadores imparciais, ele esvai-se por si mesmo. Em seu lugar surge a plenitude da Bem-aventurança acompanhada da clareza mental e do sentimento maravilhoso de vitória sobre a situação. Serenidade e paz absolutas, atributos do Espírito Universal Infinito, são seus.
Voçês precisam aprender a realizarem-se espiritualmente para estarem à vontade consigo mesmos, isto é, com vossa essência imortal.
Quando se sentirem inquietos perguntem silenciosamente: «Quem é que se está a sentir  intranquilo?» Não deem resposta. Deixem ficar assim.
Voçês não têm para onde fugir. Já estão em casa onde quer que se encontrem. Conseguem ver a magia oculta e bela nestas duas frases precedentes?!
O problema surge quando a pessoa vê vir o sentimento e se amedronta. Projeta assim várias direções de fuga, todas elas negativas. Na tentativa de buscar a Felicidade fora, abandona-a dentro. A ansiedade é apenas uma máscara que oculta a Felicidade plena, serena e total.
Realização, significa tornar-se real, autêntico, pleno, e onde impera a Realidade não há medo, ilusão.
Com a realização espiritual diminui o vazio. Este vazio é o espaço que ainda não foi preenchido pelo Real. Isto quer dizer que a progressiva transformação interior  aumenta a auto-unidade e a autoconfiança e diminui em conformidade os estados  de intranquilidade, ansiedade e vazio.
A sensação de vazio vem quando a pessoa não sabe o que fazer consigo mesma, quando se vê frente a frente consigo própria, sem nada que a distraia.
Quando todas as barreiras se nos apresentam e não há mais hipóteses de fuga, não temos alternativa senão ficarmos com o vazio, sem palavras verbais ou mentais. Só assim o resolvemos de uma vez por todas e ficamos perfeitamente descontraídos, em paz e unificados.
É a Verdade que nos salva. Para isso destrói-nos e recria-nos, mas há um eu diferente em cada caso. Na verdade não nos está a destruir, mas a conceder-nos a vida eterna, cristalina e pura.

                      Só a plenitude de Deus em seu coração pode acabar com a ansiedade.     

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O OBJETIVO MAIS ALTO E MAIS DIGNO

“A principal missão do homem em sua vida é  dar à luz a si mesmo, é tornar-se aquilo que ele é potencialmente.” (Erich Fromm, em Análise do Homem)
Há um objetivo, uma missão superior cá na Terra para cada um de nós que é muito mais que casar, ter filhos, uma profissão ou ser um elemento social -  embora tudo isto não seja de subestimar.
Ora, muitas vezes uma insatisfação perante a vida atual, uma crise ou um choque grave, constitui uma denúncia ou um aviso para uma mudança de direção no sentido de encontrar aquele objetivo, que se traduz em realização plena dos mais básicos interesses do homem, e que lhe são inerentes.
Não basta encontrar a missão. Ela tem que traduzir-se em autorrealização não só interna como externa, pois a luz não pode ser encerrada.
Em vez de escutar, perceber silenciosa e cuidadosamente seus murmúrios interiores, o homem desavisado mentaliza inúmeros prazeres e fugas, protelando, assim, a autorrealização, sendo acicatado pelo sofrimento até aprender a lição. Lição percebida - sofrimento extinto.  Esta é a verdadeira redenção. 
Uma das coisas maravilhosas é a sensação firme e memorável que o místico sente no avanço em direção à Verdade: é que a felicidade encontrada aqui tem continuidade eterna, pois a Vida não depende do tempo nem do espaço e não está dividida.
As reencarnações são uma boa explicação para o caminho interior e os conflitos, mas não devemos ficar por aí. A grande finalidade é encontrar e viver Deus, a Verdade, a Vida, aqui e agora, em toda a sua plenitude. Só o desprendimento do passado e o afastamento das expetativas quanto ao amanhã nos permite viver o momento presente eterno. Só o momento presente é realmente vivo. Toda a angústia e solidão são resultantes do viver fora do tempo real, afastado da Realidade e de si mesmo.
Cada homem tem um Eu Verdadeiro que é imaculado e verdadeiramente bom, sábio e complacente. Ele está unido e sempre esteve a Deus, à Verdade, à Vida. Esta é a verdadeira identidade do Homem, e não aquela habitual, mesquinha, medrosa, conflituosa, desconfiada e hostil, baseada na ignorância e no medo. Referimo-nos ao eu pessoal ou ego, a natureza negativa e adquirida do homem. Toda a função do caminhante para a Verdade é desistir do ego em favor do Eu. E isso se consegue pelo meditar, pela reflexão, pela observação silenciosa do eu-ego com frieza e determinação, estudando seus autotruques, seus pensamentos e sentimentos. Enfim, separar o trigo do joio. Se nos ajudar o autoestudo, a Verdade nos ajudará e seremos levados com alegria adiante e para o alto.
 É um sentimento muito memorável e de grande alívio a perda e esquecimento do eu. Com a sua dissolução, um EU MAIOR toma posse e nos leva para as verdadeiras riquezas. «Sabemos que somos eternos e que sempre o fomos». (Bento de Espinosa), filósofo holandês

ENFRENTAR E VENCER A DEPRESSÃO

Melhor que curar uma doença é preveni-la, evitá-la. O antídoto por excelência contra a má saúde é o bem-estar espiritual, psíquico e físico, baseados no autoconhecimento e na verdade. A autoconfiança e a auto-unidade fortalecem a imunidade psicofísica.
A depressão é um estado geral de fraqueza psíquica em que o indivíduo fica vulnerável à sugestão e à autossugestão. Fácil, neste estado, é o autoengendramento de doenças psicossomáticas, fobias e manias e de estados físicos anómalos como se fossem reais. De modo contrário, o aparecimento de um defeito físico e de uma doença, provoca ou pode provocar, dependendo do indivíduo, uma depressão.
A depressão é estado tal de baixo tónus psicológico que a pessoa não tem termo de comparação com o estado de saúde psicofísica. Com facilidade se cai presa deste flagelo. Basta errar e sentir-se culpado pelo erro, que é uma armadilha para tal. A depressão evita-se pela atenção constante em relação a si mesmo, evitando ferir e ser ferido, mantendo um nível alto de moral e a elevação psíquica assentes nas verdades cósmicas e nas leis universais da vida.
A força espiritual cósmica cura doenças físicas, já que esta força é saúde mental perfeita que coordena e lidera a harmonia fisiológica e física. Esta força assenta na Verdade Cósmica e na Realidade Inabalável. Com a força espiritual acredita-se e sabe-se que tudo é possível, tudo é passível de solução. No estado depressivo acredita-se e proporciona-se o contrário.
Manter uma atitude positiva perante a vida, o mundo e as pessoas, contribui para uma alegria tranquila e imunidade psicofísica.
O ressentimento, o ódio, a hostilidade, a expetativa e o rancor, diminuem a resistência às doenças e enfraquecem o autodomínio. Perdoar a si mesmo e aos outros permanentemente, tranquiliza, bem como o querer bem a todos. Sempre que um pensamento negativo sobre uma pessoa se apresenta na mente não se deve alimentá-lo, mas ver a pessoa de outro ângulo, desejar-lhe prosperidade, fixarmo-nos nas suas qualidades. A irritação debilita o sistema nervoso e a autoconfiança.

«(...) é extremamente nocivo ficar irritado sem saber que o estamos.»
                                                                                                                                 (Vernon Howard)

Quase toda a gente depende de toda a gente. Com que facilidade uns exploram os outros! Até quando uma pessoa diz a outra que quer ajudá-la, a maioria das vezes, inconscientemente, está a explorá-la!
É melhor dar que receber. Ajudar que ser ajudado. Servir que ser servido. Isto porque a capacidade de dar, ajudar e servir é nota evidente de autossuficiência e independência, de liberdade. O melhor serviço, a melhor dádiva, a melhor ajuda, são aqueles que elevam a pessoa, a tornam mais independente, em vez de escrava. Ambos sobem, o servidor e o servido. Aí não há exploração, mas ajuda verdadeira, real, cósmica.

Metanóia, arrependimento, conversão, transmutação, transformação interior, é uma mudança de atitude, de forma de ver e pensar internas, integral e verdadeira, que nos livra da dependência à agressão e da agressividade, da luta.
Na Vida Nova fluímos sem preocupação, sem pressa ou ansiedade.



A IMPORTÂNCIA VITAL DO PENSAMENTO CLARO

Sendo o corpo humano animado sujeito a deterioração, por não ser perfeito, o que o mantém estável é uma renovação contínua. Por perfeito entenda-se aqui por inabalável, perene, indestrutível, novo por si mesmo, autorrenovável. Claro que sabemos da perfeição especial e ainda indecifrável do corpo, e esta perfeição não está muito no físico propriamente dito, mas na parte  que o anima e que com ele se inter-relaciona.
O que mantém o corpo humano vivo (animado) é a mente, que é flexível ao pensamento, e o que dá realidade (força) à mente é a Energia Superior Universal.
A autorrenovação do corpo, correta, saudável, depende de uma mente clara, precisa, natural, sábia, com pensamentos condizentes apoiados e derivados da Realidade Inabalável.
Por renovação profunda entenda-se a substituição automática e natural de células velhas por novas. Se isso não se fizer surgem anomalias (doenças). As assim chamadas doenças incuráveis são proporcionadas pela não renovação de células em alguma parte do corpo. Aí a pessoa é que, inconscientemente, provoca essa não renovação através do pensamento. Superficialmente deseja a cura, mas intimamente, nela não acredita. O que conta é o pensamento mais íntimo, e não o superficial. A fé realiza.
Para querer e desejar corretamente, a pessoa deve e precisa estudar-se a si mesma, penetrar no seu subconsciente até ao ponto em que a crença está unida ao pensamento criador, puro e simples. É o pensamento criador, puro e simples que cria, comanda e harmoniza o corpo e a mente. Claro que a pessoa, chegando ao Subconsciente, não vai querer doença, acreditar em doença. Aí, a inteligência é Inteligência e nada mais.


“Não se importe nunca com o que os outros fazem; faça o que, segundo a Verdade Cósmica, for certo para você.”

“Seja alegre, pois tudo corre bem no seu nível cósmico de consciência.”
(Vernon Howard)
            

“Aquele que descobriu a felicidade do Eterno está isento de medo, qualquer que seja sua procedência.”
(Upanishades)

“Aja sempre corretamente, porque este é o caminho mais curto para o sucesso, riqueza, saúde, alegria e felicidade.”

“Conhece-te e conhecerás o teu Poder.”

“Fracasso não existe. Fracasso é um degrau a mais na escada do sucesso. Todos os caminhos levam ao sucesso se você assim acredita.”
(Lauro Trevisan)  

   
  «Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis.» 
                                                                             (S. Mateus, 21:22)






terça-feira, 31 de maio de 2011

FELICIDADE

Só encontrando nossa natureza verdadeira, que é de essência divina, podemos usufruir de felicidade autêntica. Assim, amamos verdadeiramente, fluindo com as coisas que se nos apresentam sem reagirmos a elas com oposição e atrito, tal como um barco suavemente comandado que desliza num rio em direção à foz.
Nossos pensamentos e aspirações estão devotados ao Senhor, e não há desperdícios ou desvios de energia natural. O que quer que façamos tem o amor incondicional como orientação e proteção que permeia, enaltece, suaviza e sublima tudo.
Neste estado de inocência e espontaneidade o mal não existe. Era apenas um sonho que, ao derpertarmos e tendo morrido para nós mesmos e o mundo, se dissipou e esgotou. Passamos agora a servir a Deus nas pessoas que ainda vivem na ignorância de sua verdadeira natureza, e que, para elas, o mal é mais real e poderoso que o verdadeiro e único Bem.
As pessoas que sentem uma insatisfação mais ou menos persistente e que vão tendo a desconfiança de que não conseguem apaziguar o seu tormento, saberão o que se está a dizer.
Quando obtêm o primeiro e grande vislumbre ficam a saber, indelevelmente, que a solução verdadeira para a vida tem origem na Força Divina, e não nas forças  humanas.
Todos os dias são aceites com reverência e cálido afago. Tudo que é verdadeiramente bom, salutar, decente e suave vem até nós: a paciência, a tolerância, a compaixão, a empatia e com elas o senso da vida desinibida, livre e fluente.


                               Meu Deus, vinde a meu coração. Nele permanecei, Senhor!    

terça-feira, 24 de maio de 2011

PERCEÇÃO E PENSAMENTO CONDICIONADO

Veja as coisas como elas realmente são, é o lema do misticismo.
Quando vemos uma verdade com clareza surge o alívio e a certeza. Esta visão é chamada de perceção que é a apreensão imediata do que é.
O que parece ser se  origina do pensamento condicionado em que a mente sofre a influência da memória e do intelecto com a elaboração de pensamentos contraditórios e de dúvidas que dão como resultado classificações erróneas de situações e sentimentos.
O misticismo que poderíamos chamar de pensamento elevado e abrangente, correta e honestamente praticado, nos livra de condicionamentos e falsas classificações de sentimentos. É um sistema de libertação humana individual e social que cria harmonia.
A perceção liberta, e o pensamento condicionado baseado em comparações balizadas, aprisiona e pressiona. Assim, as pessoas dolorosamente pressionadas vivem num caos pessoal e extravazam-no socialmente.
O místico não faz assim. Desfaz os problemas em si mesmo e evita o germinar dos mesmos.
Elevemos a perceção cósmica para que surja a harmonia. Ao fazê-lo elevamo-nos sem esforço acima do dualismo, fruto de condicionamentos. Ele se desfaz naturalmente como a neve ao calor do sol .
Uma boa referência de perceção é aquela em que uma pessoa é confrontada com um perigo iminente (um acidente, por exemplo), e, num rasgo de ação imediata consegue salvar-se e salvar outros. Se pensasse de forma comum a rapidez do desastre apanhá-los-ia.
O pensar claro dá origem à ação imediata e perfeita. Isto é viver produtivamente. Aplicar as energias para seu bem e  o bem comum.
Com a perceção a mente fica livre, fluente, e, a memória bem como o intelecto , solidários com ela.
A dor está entre o que se pensa que é uma situação e o que ela realmente é. Abolido o entre , a situação confrangedora desaparece. E como se consegue isto? Procurando a Verdade que liberta. E como se consegue isto? Procurando o Reino dos Céus íntimo. Caminhando do pessoal para o universal.
Não deveríamos considerar isto que se diz como coisa pesada, fastidiosa e impraticável, mas uma ótima oportunidade de aventura heróica. Uma paixão que dá frutos e mais frutos.
Quando abandonamos o pensamento condicionado, a Harmonia Cósmica age por nosso intermédio.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

OBSERVAÇÃO SILENCIOSA IMPARCIAL

A observação silenciosa do que se passa no nosso íntimo, com coragem e imparcialidade, revela a falta de unidade em que nos encontramos.
Num momento queremos uma coisa, a seguir preferimos outra oposta. Agora desejamos ser simpáticos, depois somos azedos. Desejamos comer menos para manter a linha, mas a seguir somos atraídos por um gostoso e abundante manjar com sobremesa de doces.
A acompanhar estes opostos temos os pensamentos de desolação de arrependimento por não sermos capazes de tomar decisões precisas e com determinação, e aí estão mais dois sentimentos de alternância.
Como é que a observação silenciosa nos ajuda?
Verificando, como observadores impessoais, a dispersão do espírito. Esta visão lança raios de luz e ele recupera a agudeza e unidade primordial.
Não devemos culpar-nos pelo que vemos, mas apenas limitar-nos a ver como pesquisadores neutros. Deste modo, o eu é retirado do contexto e somos unificados. Sentimos a sensação subtil e maravilhosa da habilidade de termos controlo calmo sobre nossa felicidade, saúde e alegria, pois quando estamos em unidade tudo está bem. Libertamo-nos ainda de perder tempo, energia e dinheiro com falsificadores, por estarmos senhores de nossa integridade e no comando de nossas vidas.
Diariamente praticada a observação psicológica, sem aderência emocional, do que se passa no nosso íntimo, temos como consequência um acréscimo de energia, fulgor e mais autoconfiança. Deixamos de desperdiçar força em pensamentos e atos sem sentido.

sábado, 23 de abril de 2011

AUTODOMÍNIO

O autodomínio vem com o autoconhecimento o que resulta da autorresponsabilidade.
Só o autodomínio cósmico é que nos confere um senso de domínio eficaz e abrangente da mente, do corpo e das circunstâncias exteriores.
Ter controlo calmo sobre as pessoas e acontecimentos é ter, primeiramente, autocontrolo. E isso só é possivel com o conhecimento da mente, os seus movimentos, oscilações, variações e artifícios.
Colocar a mente a nosso serviço, para o bem, e não permitir que nos domine, conduz a uma vida de estabilidade e de produtividade. Este controlo assenta em bases de verdade.
Acima da mente há o Espírito, fonte do verdadeiro conhecimento e  poder. Para ter acesso a Ele é preciso responsabilização pessoal pelo que pensamos, sentimos, dizemos, calamos e fazemos. Numa só palavra: autorresponsabilidade. Ir diretamente, pessoalmente à Fonte. Com a fonte do conhecimento - Espírito -, é-nos possível conhecer a mente e mantê-la quieta, pondo-a a nosso serviço, trabalhando a nosso favor e não contra.
O autodomínio humano com base no eu-ego não é autodomínio em absoluto. É forçado, não tem sustentabilidade.
O verdadeiro poder dá-nos uma sensação real de universalidade abrangente e calma, e as forças de oposição calam-se e acalmam-se. Não há opção.
Vocês são capazes de tomar decisões, reagir perante um relacionamento difícil com prontidão e precisão sem pedir ajuda a ninguém, fazendo-o por vocês mesmos? Isto é autorresponsabilidade.
Autodomínio, significa domínio por si em si. Sem ele o homem é governado por compulsões interiores e por agentes exteriores. A forma como as pessoas reagem ao meio em que vivem é que cria o tipo dos seus dias.
 A redução gradual e progressiva, até à dissolução, do eu pessoal ou ego implica,  automaticamente, o aparecimento do soberano Eu Verdadeiro que confere alegria e felicidade interna  e externa. Na verdade não há interno e externo, pois só e suficientemente, há a Realidade Única.     

quarta-feira, 20 de abril de 2011

MISTICISMO - Princípios para viver em perfeição

Os princípios para viver em perfeição vêm das ALTURAS.
A nível humano é a reunião da sabedoria do oriente e do ocidente, do passado e do presente que, aplicada de forma pessoal e prática conduz à transformação interior do ser humano, dando-lhe a perceção real e maravilhosa de uma Nova Vida que se manifesta nos planos do ser: espiritual, moral, psíquico e físico. São verdades que, percebidas pelo eu mais profundo, levam o homem à união com a Divindade. Só assim é possível elevarmo-nos acima da infeliz normalidade humana que se manifesta pelas alternâncias cíclicas de dor-prazer, euforia-depressão, sucesso-fracasso, ganho-perda e alegria-tristeza, e atingir a pérola preciosa -a Felicidade Perene.

Ainda algo profundo sobre o que é o misticismo, na expressão de Matthew Fox:
"É da essência de todo o misticismo saudável estimular as pessoas a irem além do dualismo. Isso seria o fim da guerra, cuja própria essência é o dualismo.
A guerra é, por definição, o dualismo antropocêntrico levado à conclusão lógica: eu mato você; você me mata; nós matamos eles ; eles nos matam.
O ecumenismo profundo conduz a uma nova era de paz e justiça mundiais de outra maneira ainda. A justiça é uma questão cosmológica. Na Biblia, considera-se que o universo se sustenta sobre dois pilares - um é a justiça política e o outro é a justiça psíquica ou aquilo que chamaríamos de misticismo.
Quando o artista em cada um de nós encontrar um escoamento no trabalho e quanto este trabalho se fundamentar no próprio misticismo, aí, então, nas palavras de Eckhart, o trabalho receberá e retirará todo o seu ser tão-somente do coração de Deus.(ME,99)
(...)O misticismo representa a profundidade das tradições religiosas de todo o mundo."